segunda-feira, 26 de abril de 2010

ANTIOXIDANTES

O volume de pesquisas sobre antioxidantes vem aumentando nos últimos anos. Isto porque estas substâncias ajudam a prevenir muitas condições como doenças cardiovasculares, diversos tipos de câncer, demência, além de desacelerar o processo de envelhecimento. Existem milhares de antioxidantes em frutas, verduras, cereais integrais, nozes, castanhas, feijões, soja, carnes, aves e peixes. Até mesmo o chocolate e o vinho tinto são reconhecidos como alimentos que contém uma concentração grande de substâncias protetoras.

Mas como eles agem? Para metabolizarmos os alimentos e convertermos carboidratos, proteínas e lipídios em energia precisamos respirar. Porém, o contato dos nutrientes com o oxigênio pode produzir espécies reativas de oxigênio, ou radicais livres. Estas substâncias podem atacar diversas estruturas inclusive nosso DNA, perdendo não só sua estrutura mas também sua função. Os antioxidantes neutralizam estes radicais livres ao doar elétrons que substituem aqueles perdidos durante a metabolização dos alimentos.

Alguns antioxidantes podem ser fabricados em nosso corpo e outros devem ser obtidos pela alimentação. Vitaminas e minerais atuam como antioxidantes. Exemplos são as vitaminas C e E e os minerais selênio e zinco. Compostos orgânicos (como antocianinas, catequinas, luteína, quercetina, reverastrol), encontrados em plantas como repolho, couve, brócolis, uvas e açaí também são antioxidantes. Os antioxidantes também auxiliam na prevenção de inflamação, preservam o material genético e mantém nossas artérias flexíveis.

O mais importantes é que os antioxidantes atuam de forma sinérgica, ou seja, um auxilia o outro dentro do nosso organismo. Por isto, vários alimentos precisam ser consumidos diariamente para que a quantidade de antioxidantes seja atendida diariamente. E atenção! Suplementos não substituem uma dieta saudável. As pílulas não fornecem a diversidade dos alimentos e suas substâncias.

Os antioxidantes mais conhecidos:

Beta-caroteno: Frutas e hortaliças amarelo/alaranjados como cenoura e mamão e vegetais verde-escuros como espinafre e couve;

Licopeno: Frutas e verduras vermelhas como tomates, melancia e goiaba;

Luteína: alface, frutas cítricas, milho, ovo;

Antocianinas: uvas, vinho, amora, cereja;

Catequinas: cha, cacau;

Flavononas: frutas cítricas;Isoflavonas/Fitoestrogenos: soja, trigo integral, linhaça;

Quecentina: maçãs, chá, frutas cítricas;

Organosulfurados: repolho, couve-flor;

Selênio: atum, castanha do Brasil;

Vitamina C: frutas cítricas, pimentões, brócolis, kiwi;

Vitamina E: germe de trico, óleos vegetais, amêndoas, amendoim.

ALIMENTOS FUNCIONAIS

Chocolate? Batata frita e refrigerante? Estes alimentos engordativos e que levam a um processo metabólico que desencadeia a obesidade e doenças coronarianas devem ser consumidos com moderação e sempre acompanhados daqueles que amenizam tudo isto. Um novo estudo da Universidade da Florida mostrou que fitoquímicos presentes em vegetais (frutas, legumes, folhosos - principalmente os verde escuros - nozes, sementes e leguminosas) devem ser consumidos antes dos alimentos engordativos a fim de amenizar a inflamação e o estresse oxidativo. De acordo com os autores da pesquisa, publicada no Journal of Human Nutrition and Dietetics, indivíduos que consomem estes alimentos com regularidade são mais magros mesmo consumindo o mesmo valor calórico daqueles com sobrepeso ou obesidade, mas que não tem uma dieta variada e rica em fitoquímicos. Isto porque dietas pobres em alimentos vegetais afetam a saúde ao longo do tempo, aumentam a inflamação e o estresse oxidativo desencadeando danos nas células que se defendem acumulando energia (gordura). Como os fitoquímicos possuem propriedades antioxidantes eles auxiliam no combate aos radicais livres. Exemplos incluem a aliina do alho, o licopeno dos tomates, melancia e goiaba, isoflavonas da soja, beta caroteno dos vegetais alaranjados e antocianinas das uvas. Assim, se você quer perder peso inclua mais frutas, verduras, legumes e cereais não processados na sua alimentação. Pequenos passos a favor de uma dieta mais saudável pode significar menos quilos e uma chance bem menor de desenvolvimento de obesidade. O maior consumo destes alimentos também deixará menos espaço para alimentos mais gordurosos e com menor valor nutritivo, contribuindo também desta forma para a perda de peso.

ALHO

A alicina, composto orgânico que dá ao alho seu odor característico, age como um pontente antioxidante. De acordo com o químico Derek Pratt, quando a alicina é decomposta, o ácido sulfênico final reage com os radicais livres, inativando-os. Os novos resultados do pesquisador foram publicados na edição de janeiro/2009 do international chemistry journal Angewandte Chemie. Esta capacidade antioxidante dá ao alho uma capacidade protetora contra doenças inflamatórias e cardiovasculares, daí ser considerado um alimento funcional em muitos países. O alho também possui as vitaminas A, C, B2 e B6 além dos minerais ferro e silício.

AMÊNDOAS

Amêndoas são ricas em vitamina E e outros minerais, tendo propriedades importantes como o auxílio na redução dos níveis de colesterol sanguíneos. Recentemente, o Institute of Food Research identificou potenciais efeitos prebióticos das amêndoas.
Os prebióticos são substâncias derivadas de fibras alimentares, ou seja, de carboidratos não digeríveis pelo nosso corpo, possuindo desta forma uma configuração molecular que os torna resistentes à ação de enzimas. As bactérias boas do nosso intestino utilizam estes prebióticos para sua multiplicação e crescimento protegendo ainda mais nosso organismo contra substâncias patogênicas. Além da manutenção da flora intestinal os prebióticos ainda são estímulo à motilidade intestinal, melhoram a consistência das fezes, prevenindo assim a diarréia e a constipação intestinal, e facilitam a eliminação do excesso de glicose (açúcar), colesterol e substâncias tóxicas.

CLOROFILA

A clorofila é um pigmento fotossintético presente em todas as plantas. Sua mais importante função é a canalização da energia da luz solar em energia química o que torna possível a produção do oxigênio que respiramos. Contudo esta não é sua única propriedade que também inclui atividade anticancerígena e melhoria dos sistemas de desintoxicação do corpo. Para aumentar o consumo de clorofila ingira mais vegetais (principalmente os verde escuros) na forma de salada, suflês, bolos e sucos.

Receitinhas de suco de clorofila:

- Com chá verde:
1/2 xícara de chá verde
1 cenoura média
1/4 de pepino
2 maçãs
2 folhas de couve
1 punhado de salsinha

Lave bem a cenoura e corte-a em pedaços. Descasque a maçã e retire o miolo. Lave muito bem as folhas de couve e a salsinha. Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata por alguns instantes. Acrescente água se achar necessário. Sirva a seguir.

- Com suco de laranja:
1 xícara (chá) de folhas de agrião
1 copo de suco de laranja
2 folhas de couve
½ cenoura ralada

Bater todos os ingredientes no liquidificador. Coloque em copos altos e enfeite com folhas de agrião e rodelas de laranja. Sirva com gelo.

- Com gengibre
Alface - 1 pé
Couve - 2 folhas
Pepino - 1/2 und
Maçã- 2 und
Limão- 1/4 und
Laranja - 3 und
Gengibre - 1 rodela fininha

Passe tudo na centrífuga e sirva gelado.

SILIMARINA

A silimarina é um bioflavonóide extraído da planta Milk Thistle (Silybum marianum) cujos efeitos benéficos incluem:

- Efeito detoxificante e protetor hepático;- Efeito protetor celular contra danos tóxicos;- Estimula a regeneração hepática;- Previne diversos tipos de câncer (fígado, pele, estômago,mama e próstata;- Efeito antioxidante potente.

ORÉGANO

O orégano é uma erva aromática muito utilizada na culinária. O que muita gente não sabe é que além de conferir à pizza seu sabor típico, o orégano ainda atua como um antiinflamatório natural. Isto porque a erva contém uma substância biologicamente ativa denominada beta-cariofilina (E-BCP), também encontrada no manjericão, no alecrim, na canela, e na pimenta preta. Esta substância também parece ter um efeito protetor contra a osteoporose e a aterosclerose.

BATATA YACON

O yacon é uma raiz tuberosa, oriunda da região Andina, que tem sido considerada em alguns países como alimento funcional em decorrência de seu conteúdo de fibras alimentares solúveis e prebióticos - assim como a sua baixa digestibilidade pelas enzimas do trato gastrointestinal humano, estímulo seletivo do crescimento e atividade de bactérias intestinais promotoras da saúde. O conteúdo de proteínas e lipídios é baixo e o mineral mais abundante é o potássio (230mg/100g de yacon). O conteúdo do carboidrato inulina (um adoçante natural de baixa caloria) na batata yacon é grande, conferindo à mesma um sabor de pera ou melão.

A inulina (1 kcal/g) tem um conteúdo calórico menor do que o dos outros carboidratos (4 kcal/g), já que são menos digeridos devido ao tipo de ligação química do composto. Por isto, este tipo de batata vem sendo utilizada com pesquisas em diabéticos já que seu consumo parece não aumentar a quantidade de açúcar no sangue.

A menor digestão faz também, com que a inulina chegue quase que integralmente no intestino grosso onde é fermentada pelas bactérias ali presentes. Os ácidos produzidos durante a fermetação são fundamentais para a saúde do cólon e do corpo como um todo.

A yacón também melhora a absorção de cálcio de outros alimentos, como os vegetais. Para tanto, a mesma deve ser consumida na quantidade aproximada de 100g, antes do almoço e do jantar.
A forma de consumo da batata yacon é crua, como fruta, ao contrário de outros tipos de túbérculos como batata doce e batata inglesa, que são geralmente apresentadas cozidos, assados ou fritos).

AZEITE DE OLIVA

O azeite de oliva é um alimento importante uma vez que fornece ácidos graxos (gorduras) boas e, também possui propriedades antiinflamatórias. Agora, um grupo de cientistas da Universidade de Granada (Espanha) mostraram um poder antioxidante do azeite extra virgem. Para outros trabalhos sobre o efeito antioxidante do azeite os pesquisadores recomendam o uso do método ABTS.

Outros benefícios do azeite de oliva:
- Controle do colesterol LDL ("ruim");
- Diminuição da incidência de pedras na vesícula;
- Redução do risco de câncer de cólon.

PS: o azeite extra-virgem é o mais saudável visto que sofre menos processamento, sendo extraído logo na primeira prensagem das azeitonas.

O QUE É CARGA GLICÊMICA

O conceito sobre carga glicêmica (CG) foi proposto, em 1997, pelo Dr. Salmeron , pesquisador da Harvard Scholl. A carga glicêmica (CG) é um produto do índice glicêmico (IG) e da quantidade de carboidrato presente na porção de alimento consumido, comparado com o alimento padrão.Este marcador mede o impacto glicêmico da dieta , sendo calculado através da multiplicação do IG do alimento pela quantidade de carboidrato, contida na porção consumida do alimento.

Equação: CG = IG x teor CHO disponível na porção/100

Como Identificar a CG dos Alimentos?

Considerando a glicose como controle, os alimentos podem ser classificados em baixa carga glicêmica (CG 20).

Qual a Importância de Consumir Alimentos com Baixa CG?

As evidências científicas reforçam que o carboidrato é o maior preditor do aumento da glicemia pós refeição, devendo-se considerar qualidade e quantidade deste macronutriente. O índice glicêmico é uma medida de qualidade do alimento e a carga glicêmica, apesar de ser uma medida que leva em consideração a qualidade e quantidade, controvérsias sobre a validade destes métodos ainda persistem.
Existem diversosfatores que interferem na resposta glicêmica dos alimentos, como a procedência do alimento, tipo de cultivo, forma de processamento e cocção, consistência e teor de fibras. Ao recorrer a tabelas, corre-se o risco primeiramente de identificar alimentos que no caso, não são típicos do Brasil, uma vez que dispomos de tabelas internacionais. Além disso,. muitos alimentos com baixo IG, trazem na sua composição altas concentrações de gorduras. Diante desta situação, vale ressaltar a importância da orientação nutricional realizada pelo nutricionista especialista no atendimento as pessoas com diabetes, no sentido de esclarecer quanto a viabilidade e vantagens na escolha de alimentos com baixo IG e CG.

Considerações Finais sobre IG e CG

Ainda não existe um consenso entre os diversos órgãos de saúde mundiais, sobre a recomendação do índice glicêmico (IG) e carga glicêmica (CG), como estratégia primária para o planejamento do plano alimentar para pessoas com Diabetes Mellitus, pois, questiona-se a relevância e praticidade destes métodos, havendo a necessidade de realização de mais estudos de longa duração com alimentos de baixo IG e CG, no intuito de avaliar seus efeitos na prevenção e tratamento de diversas doenças crônicas não transmissíveis.

Leia mais:
American Diabetes Association. Nutrition Recomendations and Interventions for Diabetes. Diabetes Care, volume 30, supp 1, january,2007

O QUE É ÍNDICE GLICÊMICO

O índice glicêmico (IG) é um método, proposto pelo Dr. David Jenkins, pesquisador da Universidade de Toronto – Canadá, em 1981. Ele representa a qualidade de uma quantidade fixa de carboidrato disponível de um determinado alimento, em relação a um alimento-controle, que normalmente é o pão branco ou a glicose, a partir daí, são classificados baseados em seu potencial em aumentar a glicose sangüínea. Através da analise da curva glicêmica produzida por 50g de carboidrato (disponível) de um alimento teste em relação a curva de 50g de carboidrato do alimento padrão (glicose ou pão branco). Atualmente utiliza-se o pão branco por ter resposta fisiológica melhor que a da glicose.

Equação:
CG = IG x Teor CHO disponível na porção do alimentos/ 100

Qual a Importância de Consumir Alimentos com Baixo IG?

As evidências científicas reforçam que o carboidrato é o maior preditor do aumento da glicemia pós refeição, devendo-se considerar qualidade e quantidade deste macronutriente.O índice glicêmico é uma medida de qualidade do alimento e a carga glicêmica, apesar de ser uma medida que leva em consideração a qualidade e quantidade, controvérsias sobre a validade destes métodos ainda persistem. Existem diversos fatores que interferem na resposta glicêmica dos alimentos, como a procedência do alimento, tipo de cultivo, forma de processamento e cocção, consistência e teor de fibras. Ao recorrer a tabelas, corre-se o risco primeiramente de identificar alimentos que no caso, não são típicos do Brasil, uma vez que dispomos de tabelas internacionais. Além disso, muitos alimentos com baixo IG, trazem na sua composição altas concentrações de gorduras. Diante desta situação, vale ressaltar a importância da orientação nutricional realizada pelo nutricionista especialista no atendimento as pessoas com diabetes, no sentido de esclarecer quanto a viabilidade e vantagens na escolha de alimentos com baixo IG e CG.

Como Identificar IG dos Alimentos?

Tal índice foi proposto para auxiliar a seleção de alimentos, assim quando alimento controle utilizado é o pão , os alimentos analisados que apresentam IG 95, são considerados de alto IG. Caso o alimento padrão seja a glicose, considera-se alto, IG > 70, médio IG 56 – 69 e baixo IG < 55.A recomendação para o uso do IG, baseia-se, principalmente, na substituição de alimentos de alto por baixo IG ao longo do dia.

Onde Encontrar Informações sobre o IG dos Alimentos?

A primeira tabela divulgando valores de IG dos alimentos foi publicada em 1981 e continha 62 alimentos, desde então o número de alimentos de todo o mundo, vem sendo amplamente analisados por pesquisadores do Canadá, Austrália, Nova Zelândia. No Brasil, o IG de alguns alimentos como o abacaxi, morango, banana, feijão, arroz e alguns alimentos industrializados, vem sendo analisados pela Professora Dra. Elizabete Wenzel de Menezes, coordenadora da equipe na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP).

CUIDADO COM O ÍNDICE GLICÊMICO

O consumo de carboidratos com alto índice glicêmico, aqueles que caem na corrente sanguínea rapidamente aumentando demais os níves de glicose circulantes aumenta o risco de doenças coronarianas em mulheres. Artigo publicado no dia 12 de abril no Arch of Internal Medicine, uma das revistas do prestigiado JAMA, tanto o índice glicêmico (IG) quanto a carga glicêmica devem ser cuidadosamente observados, uma vez que a grande quantidade de açúcar no sangue aumenta também triglicerídeos (gorduras que entopem artérias) e diminuem o HDL (lipoproteína protetora). No estudo 32.578 mulheres foram acompanhadas por um período médio de 7,9 anos. Destas 158 desenvolveram doenças cardíacas, sendo que as que consumiam carboidratos com mais alto índice glicêmico (proveniente de açúcar de mesa, balas, doces, pães e massas refinadas) tinham um risco 2,24 vezes maior do que aquelas que consumiram carboidratos com menor IG.
Para ler as definições de índice e carga glicêmica: Sociedade Brasileira de Diabetes
Tabela internacional de índice e carga glicêmica: TabelaFonte do estudo: Arch Intern Med. 2010;170[7]:640-647. Fonte da imagem: http://www.harristeeter.com/images/yourwellness/eletter/yw-glycemic-1.jpg